O Genocídio em Curso e a Dessensibilização do Povo
Enquanto escrevemos essas linhas, o Brasil chegou à marca de 80 mil mortes causadas pela pandemia do Novo Coronavírus.
Isso não é só uma consequência da letalidade da doença, como das práticas genocidas do governo de generais fascista, cuja cabeça é Jair Bolsonaro.
Com boas intenções, veículos da mídia e especialistas tentam fazer com que a população geral haja de maneira consciente, estimulando a quarentena e o isolamento social.
No entanto, isso demonstra ser quase impossível.
Hoje, a taxa de pessoas em quarentena (só no estado de São Paulo) cai sem parar, como prova qualquer caminhada nas ruas.
Antes disso, o isolamento social sequer alcançou os resultados ideais.
Tal coisa não é, apenas, uma irresponsabilidade generalizada, porém, uma necessidade das massas populares: necessidade não morrer de fome, visto que o desemprego bate recordes históricos e nunca vistos, conforme mostramos aqui na Revista AMIP.
Isto é, a crise em que estava afundado o Capitalismo Burocrático brasileiro foi agudizada pela pandemia. As barreiras materiais para lutar contra esta crise, desta maneira, aparecem como verdadeiras Muralhas da China.
Como se não fosse o suficiente, o ritmo mercadológico e acelerado da imprensa impõe uma dessensibilização sistemática nas massas populares.
A psicologia explica que, uma vez exposto repetida e gradualmente a um estímulo — ainda que negativo –, o indivíduo perde a capacidade de reagir a este estímulo com a intensidade de antes, noutros termos: naturaliza a situação.
Quer dizer: embora o Novo Corona Vírus faça novas vítimas sem parar, as notícias sobre isso já não impactam tanto a população, saturaram a percepção geral.
Assim, com a fleuma fria de uma pintura com rostos borrados, o Genocídio de Bolsonaro e do ACFA segue acontecendo.
Para combater essa situação, reforçamos que os progressistas e democratas brasileiros devem servir o povo, buscando aprofundar ainda mais a luta das massas pela dignidade negada.
Mais que isso, é preciso dar um rosto a este genocídio.
Precisamos mostrar a todos a face de quem está morrendo, contar suas histórias e dar, novamente, alma para esta situação desalmada.
As classes dominates brasileiras valorizam a transformação de pessoas em coisas.