Sobre o Amapá
O velho Estado tem uma imparável ânsia pela morte, age como se possuísse tentáculos de pura podridão, que tocam em todos os aspectos da vida das massas trabalhadoras.
Já não bastasse a negligência que ceifou centenas de milhares de vida na pandemia, além da permissividade e apoio às queimadas de latifundiários no pantanal, bem como os inúmeros homicídios cometidos por policiais contra os pobres, a nefasta crueldade do Golpe Militar Preventivo atinge agora o Amapá.
Há dias sem iluminação pública, no meio da necessidade de hospitais e serviços de abastecimento de todo o tipo, a unidade federativa caminha para o caos.
A ingerência pregressa, que gerou (em acúmulo) todos esses males, é fruto da apropriação privada da prestação de um serviço essencial. Nomeadamente, fruto das ações de Waldir Góes (PDT) que, serviçal da burguesia compradora, deixou a rede nas mãos da Isolux.
Não apenas, aliás, é o Sr. Waldir vassalo leal dos interesses privados, como também a união federativa inteira, visto que há ainda a Medida Provisória (MP) 998/20, em andamento no Congresso Nacional, que obriga e dá um prazo até junho de 2021 para o Amapá privatizar o que restou da distribuidora estadual.
O povo está, caso dependa da boa vontade dos parasitas do Estado, condenado à barbárie.
Só que onde há opressão, há resistência.
Os democratas, patriotas e marxistas da região têm o dever de servir o povo com intensa energia! Porque a única saída é contar com a força infinita e criadora das massas populares, assim como com a capacidade de luta da população.
É preciso invadir prédios públicos cobrando a imediata retomada do fornecimento; organizar saques; organizar greves e demonstrações por todas as cidades.
Quanto às pessoas conscientes e honestas fora do Amapá, é preciso fazer essa mesma agitação, organizar transporte e fornecimento de alimentos, água baterias, geradores e combustível, revelar a culpa do velho Estado de capitalismo burocrático, além do papel objetivamente assassino que as privatizações de serviços públicos têm em nosso solo.
Sem essa agitação, sem essa mobilização que tem a capacidade real de demonstrar ao povo — por sua própria experiência — seu poder real de mobilização e capacidade de luta, teremos tanta culpa no sofrimento do povo do Amapá quanto os reacionários.